terça-feira, 13 de novembro de 2012

Primeira paciente a ser beneficiada pelo sistema home care está em clima de expectativa junto a sua família


Raphaela dos Santos, até os 7 anos de idade, estudava, brincava e nadava na piscina de casa, apesar das limitações impostas por um problema de saúde, detectado após seu nascimento. Em 21 de janeiro de 2011, uma paradacardiorrespiratória provocou um quadro de isquemia (pertubação circulatória que se caracteriza fundamentalmente por uma interrupção do sangue numa determinada artéria, por sua obstrução), causando seu confinamento em uma cama de hospital, até o momento.

Mas essa rotina de longos corredores, com janelas sempre lacradas no quarto do hospital logo será encerrada. Raphaela será a primeira paciente de alta complexidade do Distrito Federal a ser beneficiada pelo sistema home care (atendimento continuado em casa). Na semana passada o governo do Distrito Federal anunciou a abertura de 40 vagas para o sistema. Até agora cerca de 18 famílias de pacientes de alta complexidade se candidataram para a transferência.

A avó da criança Carminha Francisca dos Santos, 46 anos, nos últimos seis anos, se reveza com o marido e as filhas para acompanhar a menina no Hospital Regional de Santa Maria.Diariamente, um dos familiares percorriam mais de 100 quilômetros para passar um tempo com Raphaela.

"Pegamos mania de hospital. Temos até nossa escala. Entro por volta das 19h, 20h e saio só no outro dia, no mesmo horário. Dormimos do lado dela. Ela nunca está só. Raphaela estava todos os dias na minha casa e todo o cuidado é pouco", contou Carminha. Para ela, a expectativa de poder voltar com a criança para casa é a melhor possível. "Preferimos que ela viva no ambiente familiar, longe de riscos de infecção, de bactéria. Aqui no hospital é tudo muito estressante."

Quando estiver em casa, já adequada ao sistema home care, Raphaela vai contar com o acompanhamento de um técnico de enfermagem 24 horas e passará por sessões de fisioterapia uma vez por dia, como faz atualmente no hospital. Além de receber visitas domiciliares de um médico, uma vez por semana. "Há uma responsabilidade muito grande nisso que estou fazendo. Mas vamos ter Raphaela todos os dias em casa, sem os transtornos de hospital. Sou uma pessoa sorridente porque, se não fosse assim, pirava. Não é fácil essa rotina de hospital", relatou a avó.

"Não há uma data para a transferência ainda. A Secretaria de Saúde fala em dez dias, mas acho pouco. Espero que até o final do mês ela volte para casa. Pelo menos o Natal é certo que ela passe em casa. Vai ser um dos melhores Natais", disse a avó.


Érica Fonseca

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