quinta-feira, 15 de março de 2012

Vamos parar com a brincadeira!



 Aproximadamente 60% dos jovens, na faixa de 14 a 19 anos de idade, já foram vítimas de algum tipo de violência nas unidades escolares nos últimos anos, aponta pesquisas realizadas pela UNESCO com jovens de diversas cidades do Brasil (Brasília, Fortaleza, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo).

O bullying surgiu por volta dos anos 70, na Suécia, a palavra vem da Grã-Bretanha, é originaria do verbo inglês to bully, que significa maltratar. O bullying está presente em muitas situações, mas principalmente dentro das escolas. Em 1982, na Noruega, doze anos após surgir o termo bullying, três crianças, entre 10 e 14 anos, cometeram suicídio devido à situação de maus promovidos pelos próprios colegas da escola.  

No Brasil, é cada vez mais “normal” uma criança ou adolescente passar por esta situação constrangedora, gerada pelos colegas da escola ou ate mesmo dentro da própria casa. A situação onde pais que não conseguem lidar com o fato do filho/a ser mais gordinho, e passam a chamá-lo por apelidos maldosos também é considerado bullying. Não é por que esta dentro de casa que isso não pode ocorrer.

A Associação Brasileira de Proteção da Infância e Adolescência (Abrapia), por exemplo, diz o seguinte sobre o bullying: “é quando se usa do poder ou da força para intimidar ou perseguir os outros. As vítimas de intimidação normalmente são indefesas e incapazes de motivar outras pessoas para agirem em sua defesa. Trata-se, infelizmente, de um problema que afeta as nossas escolas, comunidades e toda a sociedade”.

Os motivos que levam esses bullies (agressores que cometem bullying) a cometerem tal ato são insanos, pré-conceituosos e sem estrutura alguma. A pessoa que agride a outra, seja verbal ou fisicamente, por conta da cor, sexo, orientação sexual, vida social, conta bancaria, modo como estuda, pensa, fala, (não existe uma regra, basta ela ser “diferente” daquilo que pra maioria é “normal”) precisa ser punida. Seja qual for o motivo que leva os bullies a serem como são, isso tem de parar.

Uma luz no fim do túnel

Felizmente, temos exemplo de que nem tudo esta perdido: O Ministério Público Estadual de Santa Catarina começou uma campanha no estado para frear o comportamento agressivo nas escolas. Pesquisas mostram que metade dos alunos já foi vítima de bullying. A campanha se chama “Bullying, isso não é brincadeira”. São orientações gerais para pais, alunos e professores. Em Santa Catarina, já existe uma lei para barrar o bullying entre os estudantes. Só que as autoridades acham que só a lei não basta. Por isso, todas as escolas do estado começaram a fazer um trabalho de conscientização de alunos e pais.

 Sociedade em controvérsias

Convenhamos, bullying é crime, e um dos mais praticados entre as crianças e adolescentes. Essa insistência da sociedade em criar e tentar manter padrões num mundo como o nosso nos dias de hoje, não funciona mais. Talvez funcionasse há alguns anos. Somos cada vez menos conservadores, mas nem por isso estamos melhorando.  Melhorar significa tornar-se melhor, aperfeiçoar-se, melhorar a qualidade de um produto, melhorar - sentir-se melhor, ficar melhor, e o que vimos é a liberdade de expressão oprimida há tempos sendo jogada para fora, num ritmo acelerado e de um jeito completamente opressor. Talvez até maior do que de quando era coibido falar, pensar ou agir por si só, tornando assim defeituoso os padrões e paradigmas ditos superados.

Jéssica Oliveira

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