Morreu na madrugada da última quarta-feira, em sua residência, em
Ipanema, Zona Sul do Rio, o escritor, jornalista, cronista e cartunista Millôr
Fernandes, aos 88 anos. Millôr sofreu um acidente vascular cerebral e teve
falência múltipla dos órgãos.
Com sua incomparável criatividade e criticidade, aos 19 anos, ingressou na revista O Cruzeiro, a mais importante da época, criando um estilo próprio e diferenciado que levaria por toda a vida.
Com sua incomparável criatividade e criticidade, aos 19 anos, ingressou na revista O Cruzeiro, a mais importante da época, criando um estilo próprio e diferenciado que levaria por toda a vida.
A leitura crítica da
realidade, a ironia, a erudição, o desenho carregado de ousadia são algumas das
características mais marcantes desse ilustre jornalista.
Millôr também é um dos
maiores frasistas da imprensa brasileira, algumas muito conhecidas, como:
“Viver é desenhar sem Borracha” e “Democracia é quando eu mando em você,
ditadura é quando você manda em mim”.
Millôr, mestre do humor, também ficou muito conhecido com sua ligação ao
esporte e foi um dos idealizadores do Frescobol, esporte genuíno brasileiro.
"O Frescobol foi um esporte que cheguei a jogar bastante bem.
Esporte maravilhoso, praticado à beira mar - os participantes quase nus - de
tempo em tempo interrompido por um mergulho refrescante, o Frescobol é elegante
e dinâmico o tempo todo, beneficiando-se ainda da sorte inaudita de nunca
nenhum idiota ter tido a ideia de lhe traçar normas, aferir pontos - permanece
até hoje uma atividade pura. Há competição, mas não formalizada, pontificada.
Não há vencidos nem vencedores. Portanto sem possibilidade de violência. Segue
meu princípio; "O importante é nem competir.", diferente do conceito
hipócrita do Conde de Coubertin: "O importante é competir", escreveu Millôr.
Com toda certeza, o Brasil perdeu um de
seus maiores críticos e pensadores de toda história da Imprensa, mas ganhou
conhecimento através de uma sabedoria fantástica.
Nathan Francisco
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